O dia é 26 de junho, depois de sobreviver àquela maldita estrada de terra, chegamos a Sucre. Procuramos um ponto turístico para estacionar a Juno, com a expectativa de que próximo ao lugar houvessem algumas opções de restaurantes, afinal era quase meio-dia e nosso café da manhã havia sido um mate com alguns biscoitos, porém a única opção que encontramos foi uma cafeteria, e o que é óbvio, foi nossa escolha. Tomamos um capuccino e comemos um sanduíche de salame.
Enquanto comíamos, procuramos no Booking um lugar para dormir, optamos por um lugar com estacionamento, pois nossa intenção era conhecer a cidade caminhando. Logo após nossa refeição, como já tínhamos local para dormir reservado, fomos procurar um lugar para trocar dólares, porém chegando na Juno, nossa surpresa: pneu furado!
Muita calma nessa hora, o carro estava estacionado numa ladeira, rua estreita com calçamento de pedra, sendo quase impossível trocar o pneu ali. Com cuidado, dirigimos até uma rua transversal plana, paramos o carro, sinalizamos o local e iniciamos a troca. Foi preciso tirar as mochilas do porta malas para ter acesso ao macaco e demais ferramentas necessárias.
Um parêntese aqui, desde que chegamos na Bolívia, notamos que é bem raro encontrar carros com placas de outros países, assim, por onde passávamos, éramos o centro das atenções. Voltando a nossa troca de pneu, enquanto estávamos ali, macaqueando a Juno, soltando o pneu furado e o estepe, um senhor se aproximou, olhou a placa e comentou com um jovem que estava com ele: es de Brasil!, saiu, e pouco depois voltou oferecendo ajuda. Apesar do incomodo do pneu furado, foi uma grata e feliz surpresa essa receptividade dos bolivianos.
Pneu trocado, fomos a um banco, trocamos os dólares e agora, antes de ir para nosso hostel, precisávamos de uma gomeria. Procurando no google, descobrimos que havia uma na direção do hostel, e para lá fomos. Mais uma vez, fomos muito bem recebidos, o menino que efetuou o conserto do pneu, além de um penteado estiloso, pela aparência deveria estar na escola e não na borracharia. O serviço foi rápido, e aparentemente bem feito, com garantia e tudo - qualquer problema dentro de três dias, podíamos retornar ali.
Tudo pronto, chegamos no Hostel, acomodamos a Juno, pegamos máquina fotográfica, documentos pessoais, e saímos caminhando pela cidade. Sucre é uma cidade histórica que marca o nascimento da Bolívia, é a Capital Constitucional da Bolívia. O centro histórico possui uma praça belíssima e muitos prédios bem conservados.
La Paz e Sucre dividem o título de Capital da Bolívia - Em La Paz está a sede política da Bolívia - Executivo e Legislativo - enquanto Sucre abriga o Poder Judiciário. Possui 2.800m de altitude, e apesar de grande, é relativamente calma.
Caminhando pela cidade vimos muitas universidades, muitos jovens e praças muito bem cuidadas. É uma cidade linda, e o povo é bastante acolhedor. Na primeira noite, os donos do Hostel onde estávamos hospedados, nos acompanharam no jantar, nos contaram um pouco sobre a cidade e o povo boliviano. Foi uma noite agradável com compartilhamento de culturas.
No segundo dia de caminhada, conhecemos mais algumas praças, igrejas, museus e parques. Caminhamos muito. Para nossa alegria, encontramos um PUB, que apesar de não ser tão comum por lá (pelo menos foi essa a informação que recebemos), tivemos o prazer de provar uma deliciosa cerveja de Coca (que lembra uma Witibier) e outra de Cactos (semelhante a uma Red Ale). Finalizamos nossa caminhada pela cidade, em um mini mercado, compramos alguns salgadinhos e biscoitos locais, e a legítima coca-colla.
Já no Hostel, fizemos um pequeno lanche e deixamos tudo organizado para seguirmos viagem no dia seguinte. Aproveitamos para dormir cedo e descansar bem.