Cruzamos a fronteira às 14h, em Puerto Quijarro, ali fizemos os trâmites aduaneiros necessários (detalhes disto em post futuro), e seguimos Bolívia adentro. A estrada não tinha muito movimento, porém, é uma estrada sem curvas, e como havíamos passado a noite toda dirigindo, combinamos que pararíamos em alguma cidade assim que o sol se pusesse.

Anoiteceu e bateu o cansaço de mais de 25h dirigindo, assim foi que escolhemos Roboré para passar a noite. Adentramos a cidade e fomos em busca de algum lugar para dormir. A cidade apesar de pequena, possui várias opções de hospedagem, como nossa intenção não era gastar muito, afinal só queríamos um lugar relativamente confortável para dormir, nossa primeira escolha foi um hostel na rua principal, porém tão logo paramos o carro, um menino se aproximou (bem de verdade, grudou no carro), ficou me mandando beijos (era eu quem dirigia nesse momento), o que nos levou a desistir do hostel, porque sequer eu conseguia descer do carro. Achamos a situação um tanto estranha e concordamos que era melhor procurar outro lugar. Seguimos em frente, e logo ao lado da praça da cidade encontramos um alojamiento.

Hospedagem garantida, é hora de matar a fome. A comida estava deliciosa, arroz, feijão, batata frita e carne, simples, mas muito bem temperada. Enquanto comíamos, o menino que nos atendeu na lanchonete, ouvia um funk …brasileiro.

Depois de uma noite muito bem dormida, voltamos para estrada, faltavam ainda 900km para o nosso primeiro destino: Sucre. Paramos em Santa Cruz de la Sierra por volta das 14h para almoçar, essa parada demorou mais do que o desejado, voltamos para a estrada às 16h, nossa intenção não era dirigir a noite, mas resolvemos seguir até cansar.

Estrada de terra

A estrada de Santa Cruz a Sucre é repleta de curvas, sem muita sinalização e com muito movimento, porém a partir de Pampa Grande fica tenso, estrada de terra com muito pó, muito movimento, principalmente caminhões e ônibus, e ainda obras em vários trechos (inclusive a noite), onde os desvios têm uma única pista. Por muitas vezes foi necessário parar o carro após cruzar com um ônibus ou caminhão, pois a poeira que levantava era tanta, que era impossível enxergar a estrada. A velocidade máxima Sinalização de pista única que se conseguia manter eram 45km/h, assim o cansaço foi batendo, após três horas dirigindo nessa estrada faltava ainda muito para Sucre. Exaustos, paramos o carro em frente a uma igrejinha em um povoado e alí dormimos.

Um novo dia amanheceu, sem muito ânimo, voltamos a maldita estrada, mais movimento, mais obras, em determinado momento chegamos a pensar que havíamos nos perdido, pois tinha um trator passando arado na estrada, e sinceramente, só conseguimos seguir porque estávamos de 4x4. Trator arando a estrada Alguns quilômetros à frente, para nossa surpresa, alívio e alegria, uma linda estrada asfaltada, cheia de curvas, mas com um asfalto novinho. Felizes paramos em um mirante e fizemos um mate, que foi o nosso café da manhã.

Às 11h30, enfim chegamos a Sucre, cidade grande e trânsito “agitado”.