Após algum tempo fazendo de conta que ainda era noite, nos rendemos e nos levantamos. Apesar de uma noite fria, dormimos bem, mesmo estando no carro, o cansaço era tanto que o banco do carro juntamente com o saco de dormir, foi como estar deitado numa cama king size. Caminhamos um pouco apreciando o Lago Titicaca, depois de um medo absurdo para atravessá-lo de balsa a noite, eu tinha o direito de apreciar a paisagem à luz do dia. Luz essa que não estava tão brilhante, o dia amanheceu nublado, mas não diminuiu em nada a beleza do lugar.

O Lago Titicaca faz fronteira com Bolívia e Peru, possui cerca de 8.300km² e situa-se a 3.821 metros acima do nível do mar. Comercialmente, é o lago navegável mais alto do mundo. É um lago de água doce, alimentado pela água das chuvas e o degelo das geleiras que rodeiam o altiplano, possui ao todo 41 ilhas, sendo que algumas delas são densamente povoadas. As ilhas artificiais do Lago(flutuantes), são destinos turísticos.

Depois de algum tempo caminhando, fotografando e admirando o lago, decidimos sair em busca de um café da manhã. Voltando para a Juno, qual nossa surpresa? Pneu furado!! Como partilhamos de direitos iguais e segundo o Sergio, ele não é machista, foi minha vez de trocar o pneu.

Já mais ao centro da cidade, tomamos um super café da manhã, e depois fomos caminhar e conhecer um pouco a cidade, era sábado e não tínhamos muito tempo, pois precisávamos cruzar a fronteira com o Peru.

A cidade de Copacabana é a principal da Bolívia no entorno do Titicaca, é aí que se encontra a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, padroeira da Bolívia, e é daí também que, de acordo com alguns relatos, surgiu o nome do Bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, um dos mais famosos do Brasil. Na Cidade de Copacabana há o Morro do Calvário de onde se têm uma vista privilegiada da cidade. O Morro do Calvário possui esse nome por relembrar o trajeto de Jesus carregando a cruz. Infelizmente, não tínhamos tempo para fazer essa caminhada, apesar de ter duração aproximada de 30 a 40 minutos, havia bastante neblina e era preciso considerar a altitude…

Por hora chega de Bolívia, vamos ao Peru. Trâmites (humanos) de imigração de saída da Bolívia e entrada no Peru realizadas, vamos a nossa Juno - sim é necessário fazer a imigração da Juno também! O Peru exige um seguro obrigatório para qualquer carro que circule no País, incluindo carros estrangeiros. Detalhe importante - não é possível adquirir o seguro antecipadamente (como o carta verde, por exemplo), você faz a aquisição do mesmo na fronteira, essa era a informação que tínhamos, porém, o que não sabíamos era que esse serviço não ficava disponível aos sábados e domingos. Alguns momentos de tensão, medo e raiva, conseguimos autorização (foi necessária uma “contribuição” monetária, obviamente) para seguir em frente e contratar o seguro na próxima cidade.

Seguimos viagem, chateados com a situação, mas seguimos. Importante ressaltar que, apesar da extorsão que sofremos, a polícia peruana na fronteira, foi muito mais amiga e disposta a ajudar do que a polícia boliviana.

Primeira “tarefa” no Peru, contratar o seguro obrigatório. Não! Precisávamos de uma borracharia para consertar o pneu que amanheceu furado em Copacabana, que era o mesmo que foi consertado em Sucre, e lembra que tínhamos garantia de três dias referente ao serviço realizado? Pois então!! Quem teria coragem de retornar +-1.000km por causa de R$20,00? Nós não tivemos…Bastante desconfiados paramos em frente a uma portinha que nem em sonhos tinha cara de borracharia, um senhor nos atendeu, analisou o pneu e disse que o serviço demoraria pelo menos 30 minutos. Ok, aguardamos. Foi realizado uma vulcanização no pneu, e o serviço ficou espetacular, não tivemos mais nenhum problema durante o restante da viagem. Enquanto aguardava na borracharia, encantada com os Tuc Tuc tentava fotografar algum, foi então que um rapaz percebeu e saiu de dentro do seu tuc tuc para fazer uma pose para a foto. Tudo pronto seguimos para Puno, aí sim nosso compromisso único era contratar o seguro obrigatório. Já em Puno, descobrimos que a grande maioria dos escritórios que faziam o seguro, já estavam fechados e retornariam apenas na segunda-feira. Definitivamente, o relacionamento com o Peru não começou muito bem!

Eu estava bastante insegura em seguir a viagem sem o seguro devido a todas as “burocracias” que tivemos na Bolívia, porém, como muito bem me convenceu o Sergio, não havia o que fazer além de seguir em frente. Próxima parada Juliaca. Já não era tão cedo, umas 17:30, ainda assim, procuramos por algum lugar que fizesse o seguro…e nada, o que fazer? Vamos comer! haha…encontramos um shopping e fomos ser felizes!

Após se cansar no shopping, comendo e fazendo algumas compras, decidimos ir à procura de um lugar para dormir. Tarefa nada fácil, todos os lugares lotados! Decidimos então estacionar a Juno em algum lugar mais tranquilo e dormir ali mesmo…uma, duas, três paradas e nada. Eu estava bastante apreensiva, o Sergio então decidiu que seguiríamos para nosso próximo destino, porém, mais próximo da saída, encontramos um hotel com garagem e enquanto fazíamos o cadastro, o dono pediu que alguém ficasse cuidando do carro, pois a cidade era um tanto perigosa. Juno devidamente estacionada, nós dois acomodados em um quarto, um banho quente…chega de aventuras por hoje…hora de descansar!

Lago Titicaca Direitos Iguais Igreja Nossa Senhora de Copacabana  Morro do Calvário Cruzando a Fronteira Fazendo amizades em frente a borracharia Pose para a Foto Tietando o Chaves Sergio com Quico e Sr.Madruga
Fotos Bolívia e Peru