Domingo 02 de julho de 2017, acordamos cedo, o destino do dia era com hora marcada, pela frente tínhamos aproximadamente 350km, como não conhecíamos o trajeto, existia certa insegurança, assim optamos por sair cedo para não se atrasar. Na saída do Hotel tivemos nosso momento de fama, um casal que trabalha no hotel, pediu se podia tirar foto conosco, pois nunca nenhum “estrangeiro” se hospedou ali antes.
Eu iniciei o dia dirigindo, porém, tão logo atingi os primeiros 150km do dia, o Sergio assumiu a direção e foi até o destino (ele tem o pé mais pesado quando o tempo está contado). Uma das minhas grandes preocupações seguia sendo estar circulando pelo país sem o seguro, qualquer placa de polícia pelo caminho me deixava desesperada, e ter o Sergio como motorista nessas horas pode ser bem emocionante. É bem verdade que a sinalização nas rodovias no Peru não é das melhores, somando isso a nossa “pressa” em chegar a Cusco, o Sergio fez uma ultrapassagem em local não permitido e em frente ao posto policial. Para meu alívio, era domingo, e a polícia não estava muito preocupada com o movimento nas rodovias. Ufa!!
Chegamos sãos e salvos em Cusco, por volta das 14h. Procuramos um estacionamento para deixar a Juno, pois não havia no hostel e só voltaríamos para ela, depois de 5 dias. Estacionamento pago, pegamos as mochilas e seguimos para o hostel. A caminhada durou alguns minutos, mas…numa ladeira, carregando apenas 5kg e numa altitude de 3.400m, pareceu muito mais que uns poucos minutos. No check-in percebemos que o hostel era bem movimentado, alternativo, estava comemorando aniversário e o nosso quarto ficava em frente ao palco da festa. Após sermos surpreendidos com uma decoração super fofa no quarto, nos olhamos e o Sergio disse: tomara que todo esse barulho não atrapalhe nossa noite de sono¹. Ok, cada problema no seu tempo, estávamos famintos, logo, saímos em busca de um restaurante e ao mesmo tempo se encantando com a cidade.
Cusco ou Cuzco (após a colonização), Qosqo ou Qusqu (no idioma original, quichua), é antes de qualquer coisa, uma cidade incrível e encantadora, logo que cheguei, já senti pelo pouco tempo que teria para conhecê-la. Apesar de muitas e/ou a maioria das construções não serem originariamente inca e possuírem influência da colonização espanhola, são muito lindas. A cidade possui muita história e vale muito reservar vários dias para se deliciar com tanta beleza e conhecimento, mas isso fica para outro post.
Já próximo a Praça de Armas avistamos um restaurante (Trattoria Adriano recomendo muito) que parecia ter várias opções0 além da comida tradicional peruana – nada contra a comida peruana, mas como iniciaríamos uma trilha no dia seguinte, preferimos não arriscar muito, ainda assim nesse dia comi a primeira tainha da minha vida, e foi paixão à primeira mordida. Para acompanhar tomamos uma cerveja local, bem geladinha Cusqueña. Aproveitamos a wi-fi ali para se informar sobre alguns lugares próximos para conhecer. Dali fomos para a Praça de Armas onde além de um jardim muito bem cuidado, existem vários restaurantes, bares, lojas e igrejas. Destacam-se a Igreja da Companhia de Jesus e a Catedral de Cusco, ambas são abertas a visitação mediante pagamento de taxa. Na praça ainda visitamos algumas lojas de itens esportivos, e na sequência seguimos para o local onde teríamos o briefing da nossa trilha.
Informações sobre a trilha anotadas, fomos a um mercado comprar alguns petiscos para a trilha. O nosso jantar desse dia foi uma pizza acompanhada de um suco chicha morada, bebida tradicional no Peru, feito a partir de uma espécie de milho de cor roxa.
¹ - Dormimos super bem, o quarto possuía uma vedação acústica muito boa, o que não permitiu que qualquer ruído da festa nos incomodasse.